Ano: 2017/ Páginas: 240
Idioma: português
Editora: DarkSide Books
Avaliação:☕☕☕☕☕
A Guerra que Salvou a Minha Vida tem
narração clara em primeira pessoa, com capítulos curtos. As palavras de
Kimberly fluem com a capacidade incrível de transportar o leitor em uma imersão
na história.
“Minha casa era uma prisão, eu mal suportava o calor, o silêncio e o vazio”
Os personagens são encantadores: Susan tem um coração maravilhoso
apesar do sofrimento pela morte prematura da irmã e descobre nela mesma a capacidade de amar,
educar e se importar com o futuro de duas crianças como se fossem seus próprios
filhos. James o irmão mais novo de Ada é um menino encantador e nos apresenta
aquela típica inocência da infância. Ada a protagonista, nos arranca lagrimas
perante tanta persistência em ser feliz, em provar para ela mesma que sua
deficiência não a define e que ela não precisa se esconder das pessoas e do
mundo por isso.
-“Você não passa de uma desgraça! ” Ela gritava.
_“ Um monstro, com esse pé horrível! ” Acha que eu quero que o mundo todo vendo a minha vergonha? ”
A edição física do livro é de longe uma das mais caprichadas da editora
e uma das mais lindas que já vi. A capa do livro tem relevos com desenhos com
cores antigas e desenhos que imitam tecidos costurados e desenhos de botões.
A Guerra que Salvou a Minha Vida é um lançamento da DarkSide Books, é a primeira Editora do Brasil dedicada ao terror e à fantasia A editora criou uma coleção Darklove com histórias sobre a força feminina na literatura. Escrito pela autora Kimberly Brubaker Bradley. Vencedor do Newbery Honor Award e primeiro lugar nos mais vendidos do New York Times, assim como é adotado em diversas escolas nos EUA.
Ada tem
dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não
envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr,
pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha
nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da
casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que
sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando.
Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o
caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida
melhor.
Essa história é maravilhosamente marcante! É a minha leitura preferida
desse ano. Um ponto que me tocou bastante, é que em várias partes a autora
deixa claro que os dois irmãos não sabem ler ou não sabem o nome de atividades
simples do dia a dia, e era necessário um adulto e Susan se tornou aos poucos
uma mãe ideal para aquelas crianças... Ada me arrancou lagrimas e risos durante
a sua trajetória em vê-la perceber que é capaz de muitas coisas, algumas até
que ela nem imaginava. Senti cada emoção junto com os personagens –
Para quem já gosta de romances que se passam durante a Segunda Guerra, e até para os iniciantes no assunto, eu indico a leitura de A Guerra que Salvou a Minha Vida, pois ele nos faz refletir até mesmo sobre o modo como levamos nossas batalhas pessoais e nos emociona com um tema tão profundo.
O crescimento dos personagens ao longo da trama acontece conforme
a guerra avançava. Se dá, quando os personagens: Ada, James e Susan se
encontram em uma realidade que nenhum dos três estavam preparados. A Ada, por
conta de todas as agressões que sofreu durante a vida, tem resistência a achar
que realmente está bonita, que merece amor e que outras pessoas gostem de estar
ao lado dela, e é lindo ver como a autora explora a melhora disso. Outro fator
interessante é que o livro está cheio de referências a outras histórias, como
Alice no País das Maravilhas, Peter Pan e Os Robinsons Suíços.
"Ela achou que eu estava mentindo, ou, na melhor das
hipóteses, exagerando. Agora voltava a encarar o meu pé ruim. Senti uma onda de
calor subir pelo meu pescoço. Pensei no que a Susan faria. Espichei o corpo,
cravei os olhos no homem e disse, empertigada: ”Meu pé ruim fica muito longe do
meu cérebro”.
Tenho
uma questão com os meus pés que eles são feios (tenho a duas unhas do pé
encravada) e o numero do meu calçado é 39-40. Na minha adolescência eu só usava
tênis nunca consegui usar sapatos e sandálias femininas que eu morria de
vergonha! Me identifiquei com a Ada, adorei a frase: ”Meu pé ruim fica muito longe do meu cérebro” e acho que eu
á usaria em algum momento que as pessoas ficassem encarando muito o meu pé. O
livro A Guerra que Salvou a Minha Vida foi uma das melhores leituras do ano.